Às vezes eu me pego pensando o quanto isso vale a pena. Será que eu vou ser alguma coisa que preste quando sair do colégio? Tudo o que eu sei fazer é estudar e me desesperar com as provas vindouras... Desaprendi a fazer coisas que saiam da minha rotina, do meu planejado.
Acho que no fundo eu nunca aprendi a sair da minha bolha. E isso, meus caros, é uma droga. Porque eu não consigo andar por aí sozinha se não for para a escola, pro curso ou pra qualquer tarefa pré-determinada. Se ninguém me puxar, eu não vou; vou ficando por aí, sentada, vendo a vida passar, as pessoas se divertirem, e eu perder toda a minha vontade de estar viva.
Nossa, que dramático! Tá, não é TODA a vontade de viver, só um pedacinho. É evidente que a minha vida não é tão ruim assim; se eu tivesse algo com o que me preocupar realmente, não estaria aqui reclamando e enumerando problemas inexistentes... Estaria tentando resolvê-los. O caso é que eu adoro reclamar mesmo. Fazer algo pra melhorar... dificilmente. Nem eu tenho pena de mim; ninguém manda ter preguiça de mudar.;D
Mas sobre as constantes avaliações no colégio (muitas quase-surpresas), sobre "O Primo Basílio" que tenho que terminar de ler até segunda, sobre os exercícios de Japonês que tive que abandonar temporariamente em detrimento do tal Simulinho (prova nos moldes da PUC, com questões mais nível UFRGS, valendo quase metade da nota do bimestre...), sobre tudo isso me reservo o direito de reclamar, de subir nessa mesa imaginária e sapatear e gritar como uma criança mimada...:D
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"O Primo Basílio", de Eça de Queirós. Nova leitura obrigatória da UFRGS 2009. O início é meio complicado de passar, mas depois o ritmo até fica mais interessante. No caso, eu até já sei o fim da história, mas ainda dá pra ficar curiosa com o desenrolar. Aliás, ouvi falar que tinha filme, série brasileiros, baseados no livro; fui pesquisar no YouTube, e o filme (com o Fábio Assunção e cia.) me pareceu uma ótima desculpa para se filmar bandalheira... Já a série (com Marília Pêra, Tony Ramos, Giulia Gam) pareceu bem mais decente, inclusive no pouco de atuação que eu vi. De qualquer maneira, eu tenho que ler o livro mesmo...
Aliás, falando em Literatura, até nisso (e olha que quero fazer Letras!) eu me sinto meio deslocada... Em geral, professoras de Português e Literatura adoram qualquer coisa escrita por, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade. Talvez porque meu entendimento seja ruim, ou eu não seja madura o suficiente pra gostar, mas eu não AMO qualquer coisa que ele tenha posto num papel. Também acho o Modernismo (1ª fase) bem duvidoso. Tá certo que abriu horizontes e coisa e tal, mas Oswald de Andrade não me desce goela abaixo nem por antropofagia... [Péssima piada...]
O caso é que até na hora de interpretar contos, romances e poemas, acabo enxergando a coisa diferente do que as professoras enxergam... Não tão diferente assim, mas sempre discordo. Tenho daltonismo literário, provavelmente.
Já esgotei minha cota de palavras!

Jaa!o/