terça-feira, 28 de outubro de 2008

Cultura Inútil - O Mundo dos Doramas

Faz um tempinho que parei de assistir anime. A verdade é que perdi a paciência de ficar esperando os episódios saírem, as sagas de fillers (capítulos de encheção de saco) terminarem, etc. O último anime a que assisti e tive ânsia pelos episódios seguintes foi Ouran Koukou Host Bu (ou Ouran High School Host Club). Mas enfim...

Migrei de animes para doramas momentaneamente. Doramas são as novelas/séries japonesas. Tempo para o silêncio constrangedor. Obviamente, se você já teve tempo para assistir a algum dorama baseado em mangá, ou um dorama-comédia, percebeu que as atuações costumam ser exageradas em relação às novelas daqui ou dos EUA.
Meus critérios de escolha: atores conhecidos, histórias interessantes pelo resumo, número de episódios. Sim, número de episódios; os formatos que eu pego de dorama normalmente tem 12 capítulos. Uma maravilha para quem não tem tempo/paciência de esperar a próxima temporada.


O primeiro a gente nunca esquece...

Na verdade, o primeiro dorama que baixei sequer era japonês; o taiwanês "Hua Yang Shao Nian Shao Nu" era baseado no mangá de "Hanazakari no Kimitachi e" (por Hisaya Nakajo) e tinha as atuações mais exageradas (especialmente da Ella Chen, atriz-protagonista) que eu já tinha visto na minha vida. A história, sendo de um mangá shoujo (direcionado a garotas), tinha o que eu mais gosto em um mangá shoujo (se a protagonista é decente), aquilo que os gringos convencionaram chamar de "inverse harem".
What the fucking hell is that? No mundo dos mangás/animes, você tem os do tipo "harem" - protagonizados por um cara bobalhão cercado de garotas bonitinhas, gostosas, etc., que podem ou não virem a se apaixonar por ele. O melhor exemplo que encontro agora é o Love Hina. "Inverse harem" é meramente a versão feminina disso - uma garota meio desligada cercada de garotos bonitinhos.


A história de Hanazakari no Kimitachi e (ou HanaKimi)

Mizuki Ashiya é uma nipo-americana que faz todo o caminho para o Japão a fim de se matricular na escola do seu atleta-ídolo (de salto em altura), Izumi Sano. Um pequeno problema: a escola é só para garotos. Sabe-se lá como (isso é um mangá, as circunstâncias não importam), ela se matricula mesmo assim e passa a viver disfarçada entre eles. A sua meta, com isso, é descobrir por que Sano saiu do circuito de competições e fazê-lo, de alguma forma, voltar a saltar. Sim, é clichê. A grande originalidade da história é que Sano fica sabendo quase no início do mangá que Mizuki é uma menina. Outro ponto pelo qual vale a pena acompanhar a clichezada é a sucessão de crises do amigo de Sano, Shuichi Nakatsu, que se pergunta a todo momento se é gay porque gosta de Mizuki.
O título da série significa algo como "Para Vocês em Plena Florescência" (em inglês, "For You in Full Blossom"). A arte e a história são de Hisaya Nakajo.


Os doramas, o mangá, as diferenças


Na versão mangá, dorama taiwanês ou dorama japonês, o Nakatsu é meu personagem favorito. Ele é simplesmente o mais querido e o mais engraçado dos personagens dessa série. Na versão TW, quem o interpreta é Jiro Wang (ator que vocês não conhecem, mas fiquem sabendo o nome). Na versão JP, Ikuta Toma, que se tornou um dos meus atores japoneses favoritos depois de HanaKimi.
A Ella (Mizuki) da versão TW convence muito mais como garoto do que a Horikita Maki (Mizuki) da JP. Mas a Maki conseguiu uma atuação mais natural, sem tantas caras e bocas. E por fim, enquanto a atuação do Wu Zun (Sano da versão Taiwan) parecia mais fria e parecida com o Sano do mangá, a atuação do Oguri Shun lembrava um emo (melhorou com alguns episódios). O que, obviamente não me impediu de gostar também do ator japonês...^.^'

De um modo geral, o dorama japonês seguiu menos a história do mangá. Em alguns episódios, a impressão é de que eles queriam usar bem todos os atores que estavam em cena (entendam por isso os secundários e semi-figurantes...), o que deixou muitas histórias distantes do original.
Também as motivações da Mizuki variam do mangá aos doramas. No mangá, se bem me lembro, a moça tinha uma vida meio sem sentido que muda quando ela vê Sano saltar pela TV; o que a motiva a ir ao Japão é mais a idolatria por ele do que qualquer outra coisa. No dorama taiwanês, a Mizuki era gordinha. Hehehe (eu não devia rir, sou gordinha também xD). E ela vai para Taiwan (e não Japão) já bem definida no sentido de gostar dele. Por fim, no japonês, ela vai menos por idolatria e amor, e mais por culpa por ele não saltar mais. Esse, aliás, é um ponto modificado bem interessante da novela japonesa: a Mizuki tem alguma participação no drama pessoal do Sano, e o seu disfarce tem uma motivação mais sensata e compreensível do que no próprio mangá.

Então, apesar das atuações por vezes esdrúxulas, os efeitos especiais toscos e o humor absurdo, me diverti bastante com esses que foram os meus primeiros doramas vistos.:D

Para aqueles que têm uma internet semi-boa, aqui vai um vídeo (0:46) da versão japonesa, um dos trechos mais engraçados, com Ikuta Toma (Nakatsu) constatando que ainda fica excitado ao ver roupas íntimas femininas...
Ore wa HOMO janai
!!
Eu não sou homo!!
xD



Jaa!o/

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Você também é um quadrado

Aproveitando o gancho do comentário do Diego - como só há um comentário, tenho que aproveitar -, fiquei pensando sobre o moralismo.
E tive que concordar: sou moralista, quadrada, certinha - pelo menos no que diz respeito a drogas. E nem tanto, porque acho que as drogas são úteis para quem realmente precisa (ou seja, 1/500 das pessoas que as usam). Não vou pormenorizar, se não vai parecer que estou tentando achar desculpas para o meu moralismo...
Mas, afinal, quem não é um pouco moralista de vez em quando?

Existem quadrados de todo o tipo: aqueles cuja moral proíbe de comer "seres vivos" (vegetarianos, vegans, plantas e pedras, por exemplo, estas últimas as mais radicais); outros cuja moral impede de fazer outro tipo de sexo que não seja para reprodução (os cordeiros de Deus... ao menos na teoria); e também os que acham imoral aborto e eutanásia, mas não vêem problema em crianças nascerem em ambientes em que serão tratadas com descaso ou sem condições de vida, etc.

Vejam o ladrão que ligou para a polícia para denunciar pais que deixaram um filho desamparado dentro de um carro para irem a um bar. Por mais que ele estivesse fazendo algo errado, seu próprio senso de moral gritou numa situação como essa. Acreditem, no jornal que leio, vi uma coluna dizendo que AINDA ASSIM a polícia devia ter ido atrás do ladrão de carros. Com tanta coisa que podia ter acontecido: seqüestro, estupro, morte... Olha, não é todo o dia que alguém, digamos assim, toma coragem, apesar do tipo de ofício exercido, para denunciar algo errado...

E assim encerro essa postagem curtíssima.
:)

Ja nee!
o/