quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Beterrabanete

Desde pequena tenho essa dificuldade de fazer a diferenciação entre beterraba e rabanete. Afinal de contas, eles tem sílabas que coincidem, são (pelo menos por fora) roxos/rosa-arroxeados e não faziam parte da minha dieta até pouco tempo atrás.
E eu continuo confundindo um com o outro.:D

----------------------

Carnaval, quadris em abundância e em movimento, intermináveis batidas de tambor...
Se mesmo o do Rio de Janeiro com aquele garbo, e o da Bahia com aqueles baianos incansáveis me deixam aflita, imagina o daqui de Porto Alegre, deprimente, com meia dúzia de "gatos-pingados", fantasias de papelão e papel-machê...
Adivinhou: eu não gosto de Carnaval, nem de Ivete Sangalo, nem de Cláudia Leitte, nem de acompanhar os desfiles, as falcatruas e tudo mais. Eu gosto do feriado. :)
Por isso fui dar um rolê pelos parreirais da serra gaúcha... Fiquei num hotel delicioso, nem vi o Oscar (me pergunto se aquele filme dos hindus vale mesmo tudo aquilo), fiz trilhas, visitei igrejinhas e igrejonas (sem nem ser católica), bebi bastante suco de uva (e um pouco de vinho), caí na piscina, e ouvi muito sotaque "italiáááno".
E fiquei feliz ao constatar que as pessoas sempre me dão menos idade - gozado que até pouco tempo era o contrário.;D
A coisa mais Carnaval a que assisti foi a Gala Gay, voltando a PoA. Medo.:)

----------------------

Momento consumista...
Tô comprando toda a linha Kokeshi Club. Já tenho chaveiro, penduricalho de celular, cadernos e cinco bonecas (Mari, Haruko, Sayaka, Michiko e Kaori). Haja dinheiro e haja espaço pra botar tanta boneca!o.õ

Se existe um traço de mangá que eu ficaria feliz em saber fazer é o de Blood+. Se existe uma personagem que eu gostaria de ter criado, é a Oosaki Nana. Se existe um roteiro de humor que eu gostaria de ter escrito é o de Ouran. De romance, seria o KareKano. Etc. Só pra resumir as minhas coleções, além de xxxHolic e Hellsing. Ah, aproveitando a seqüência de idéias (dois erros juntos, veja só!), se existe um mangá que eu NÃO gostaria de traduzir é o Hellsing. Pelos "freetalks" do autor, o cara é pirado.

----------------------

De repente o Sputnik Vanik ficou mais atualizado do que este aqui. Até que eu já romanizei bastante coisa...:O
Mas o mais difícil nem é romanizar; o mais complicado é quando tenho que passar para kanji novamente, como as músicas da Meiko Kaji, que um ano depois eu já não sei mais como foi que consegui acertar as palavras sem enxergar os ideogramas direito naquelas imagens de baixa resolução dos livretos... O fato é que escrever uma letra em Japonês é uma arte mesmo. E artistas como a Meiko ainda me dão trabalho por escolherem kanjis obsoletos para palavras modernas, etc.
Aliás, isso é uma coisa interessante no Japonês - poder brincar com os ideogramas de palavras "quase-sinônimas" e suas leituras... Boiou? Ok.

A Língua Japonesa é composta por dois conjuntos diferentes de fonogramas (símbolos que representam sons, como o alfabeto ocidental), o hiragana e o katakana, mais um conjuntão de ideogramas (símbolos que representam idéias completas), os kanjis. Isso é o que torna o Japonês um idioma tão complexo e cheio de possibilidades de trocadilhos e preferências estilísticas. Se você considerar que nós ocidentais, por exemplo, utilizamos uma escrita só de fonogramas, e que os chineses, só uma de ideogramas, o Japonês é uma das únicas línguas (não digo a única porque não conheço todas!) que consegue fazer uma mistura tão interessante.
Na música, os artistas aproveitam essa riqueza para fazer brincadeiras com kanjis obsoletos, kanjis de leituras diferentes mas significados semelhantes, leituras em hiragana (silabário para palavras japonesas, conjunções, conjugações, etc.), katakana (silábario para palavras estrangeiras e que acaba se prestando como um "negrito" quando se quer destacar algo) e kanji.

Por exemplo: na música Urami Bushi (na trilha do Kill Bill, "My Grudge Blues"), da Meiko Kaji, no início da segunda estrofe, ela canta "Sadame kanshi to akiramete". Na letra do livreto, está escrito "運命冠しと あきらめて". O que houve? A leitura mais comum daqueles dois kanjis destacados [運命] é UNMEI (destino, carma); ela, no entanto canta SADAME (destino, karma, lei), cuja escrita mais comum em kanji seria [定め]. Inclusive, no livreto, sobre os kanjis indicados tem a leitura "alternativa" que a Meiko dá à letra.
Na mesma canção, outro exemplo de coisas que se perdem na romanização e na tradução: a mesma palavra em kanji e hiragana (ou katakana). Na estrutura da música sempre tem uma linha de cada estrofe que ela repete três vezes a mesma palavra; na primeira, BAKA (idiota, estúpido), na segunda (e na quarta e na sexta), ONNA (mulher), na terceira, TSUKINU (interminável), na quinta, MOERU (queimar, arder). Só que, na letra escrita, quem lê sem saber Japonês acha que são palavras diferentes, pois Meiko faz uma espécie de gradação: [馬鹿な バカな] é "baka na BAKA na", primeiro em kanji, depois em katakana (para dar destaque); [ おんな] é "onna onna", primeiro em kanji, depois em hiragana; [きぬ きぬ] é "tsukinu tsukinu", novamente em kanji e hiragana; e, por último, [える える] é "moeru moeru", com a mesma combinação de kanji e hiragana.

Por essas e outras, adoro transliterar; mesmo sem muitas vezes saber o sentido completo da música, começo a aprender sobre certas particularidades.:)


Jaa!o/

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

(A Minha) Introdução à J-Music

Hoje quando você entra em um fórum de discussões sobre J-music e diz que gosta de, por exemplo, Asian Kung-Fu Generation, é praticamente crucificado (além de acusado de n00b, newbie, novato) pelos idiotakus. A idéia que esses sabichões normalmente têm é a de que, para ser fã de verdade, você tem que conhecer até os mais obscuros nichos da indústria fonográfica nipônica. Músicas e bandas popularizadas por anime são lugar-comum. Não que isso seja mentira, mas o que eles esquecem é que elas são o começo... Vou contar minha trajetória de fã de músicas japonesas.

Em meados de mil novecentos e noventa e tô ficando velha, a minha geração assistia ao florescimento da indústria de animes e tokusatsus no Brasil: Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon, Guerreiras Mágicas de Rayearth, Dragon Ball, entre outros. Esse foi o início (confesso que pouco expressivo, no entanto) da minha paixão pela cultura japonesa.
Na época, não tínhamos Internet (nem computador!) em casa, então normalmente o que sabíamos sobre as séries provinha de revistas de qualidade duvidosa com informações nem sempre atualizadas sobre o assunto.

Anos mais tarde, no início do novo milênio, veio o computador (primeiro sem Internet, depois com a discada, eu lembro!), mas aí as séries já eram outras: a mais adorada por mim era Card Captor Sakura. Foi com essa da Clamp - depois de muitos pop-ups, caídas de linha, longas esperas por fins-de-semana e feriados, links quebrados - que conheci o verdadeiro poder disseminador da Internet. Eu, com meus 10, 11 anos, fiquei estupefata ao escutar pela primeira vez uma música em Japonês ("Catch You Catch Me", o tema de abertura) e notar, ao acompanhar a letra (em roomaji, óbvio), que a língua tinha um "quê" de familiaridade e simplicidade. A globalização me atingiu em cheio e, nesse caso, me apaixonou.
A partir daí, toda trilha de anime que me encantava de alguma forma, eu procurava nos meus meios rudimentares e baixava. Obviamente, até novas ferramentas de disseminação surgirem (os peer-to-peer, torrents, sites de hospedagem de arquivos, Orkuts da vida) minhas séries evoluíram de novo.

Quando eu já tinha um domínio minimamente decente dos meios de downloads, descobri, em uma madrugada do Cartoon Network, Samurai X (Rurouni Kenshin). Claro, me apaixonei pela história e por quase todos os personagens masculinos gostáveis do "elenco", mas tenho que confessar que foi quando o primeiro episódio chegou ao fim que tive o meu momento de nirvana.

O primeiro encerramento do anime é a minha razão maior de ter procurado outras bandas nipônicas no mundo da web. O nome da música é "Tactics", tocada por uma das bandas que perdura no meu repertório: The Yellow Monkey. Esse grupo, na realidade, não existe mais. O que restou dele foi a carreira solo do vocalista, Yoshii 'Lovinson' ou Yoshii Kazuya (que também aprecio). A música da qual tanto gostei me apresentou a um nicho que eu ingenuamente julgava inexistente: o "Japanese rock". Ele não só existe como é variado, cheio de influências e, ao mesmo tempo, original.
E foi por culpa desse mesmo anime que acabei gostando de outros artistas como JUDY & MARY (eu também achava que era uma dupla, mas é uma banda de rock psicodélico com uma vocalista de voz estridente), Kawamoto Makoto (outra cantora de voz aguda e estilo psicodélico, embora mais pra folk) e Bonnie Pink (uma das artistas de que mais gosto, pela variedade de estilos).

Na época de Samurai X eu também assistia a outros animes do mesmo canal, como Gundam Wing (que me fez gostar, por uma longa fase, de TWO-MIX), Inuyasha (que me apresentou ao excelente Do As Infinity) e Yuu Yuu Hakusho (com as músicas do Takahashi Hiro e da Mawatari Matsuko). Depois disso, a Internet discada disse adeus e, com essa maravilha que é hoje, conheci outros animes, agora sempre na língua original (Full Metal Alchemist, Naruto, Bleach, Nana, Ouran, Fruits Basket, Evangelion, entre outros mil).

Então hoje, sempre que observo os idiotakus ridicularizarem alguém por gostar de "músicas de desenhos", lembro da minha fase de Asian Kung-Fu Generation (que não deixa de ser uma banda boa, embora eu tenha enjoado de tanto ouvi-los) e sorrio, pois foi assim que me tornei fã de J-music e conheci até algumas bandas que nem os próprios japoneses conhecem.:D


---------------

Aliás, faz um tempinho que não assisto a nenhum anime, dorama ou o que seja. Fora Cosmos (que série maravilhosa!), do Carl Sagan, e Desperate Housewives, que também estou dando um tempo, estou me concentrando nos filmes e livros. E música, claro.

Andei atualizando minha lista de filmes com "Les Chansons D'Amour", que confesso que só baixei por culpa do Louis Garrel. O filme em si, achei fraco; embora a música seja ótima.:D

Também vi, finalmente, Nana e Nana 2. A Mika Nakashima está quase perfeita como a Oosaki Nana (na minha humilde opinião, só faltou um pouco mais de humor). E como é magra essa mulher (tá certo que eu sou gordinha pra fazer uma comparação, mas a magreza da Mika continua espantosa)!
Claro que não dá pra ser fiel ao mangá e à série animada, mas achei que algumas coisas poderiam ser melhores: nenhum dos "Rens" me convenceu muito (não por falta de semelhança, simplesmente pelas atitudes); o Shin do Kanata Hongo foi mais convincente que o do Kenichi Matsuyama, mas ambos estavam quietos demais; de longe, o que mais me incomodou foi a Yuna Ito. Nada contra a cantora, o problema é que a Reira original não fica falando em inglês o tempo inteiro e... o TRAPNEST é pra ser uma banda de rock! As músicas da Mika (embora não sejam mais rock do que aquelas que ela fez como MICA 3 CHU) ainda convencem, mas as da Yuna são pop e pop descaradamente pop!xD
Das "Hachis" não tenho reclamações. As duas atrizes trabalharam bem.
Ah, só para registrar: o Takumi (Tamayama Tetsuji) é perfeito. E tenho dito.

Takumi -> Tamayama Tetsuji


Também vi nessas férias "Gone with the Wind" (E o Vento Levou), "The Sound of Music" (A Noviça Rebelde), "Nuovo Cinema Paradiso" (Cinema Paradiso) e "Charade" (Charada), para atualizar minha lista de filmes clássicos já vistos...:D
Adorei o da Julie Andrews; não gostei muito do primeiro citado; e, em comparação com o "Charade", prefiro o remake (nunca diga isso em uma sala de cinéfilos!) com a Thandie Newton, o Mark Wahlberg e o Tim Robbins, "The Truth About Charlie" (O Segredo de Charlie). Embora as atuações do Cary Grant e da Audrey sejam impagáveis!:D
E "Nuovo Cinema Paradiso" vale cada segundo!:)

Revi pela TV "Hook" (Hook - A Volta do Capitão Gancho) e amei de novo - contrariando a crítica - ; pelo computador, "Pocahontas" (da Disney), uma das minhas animações preferidas, e "Dogma", que continua engraçadíssimo pra mim.:D

Domingo passado vi "Silent Hill" (Terror em Silent Hill), mas confesso que entre repentinas "zapeadas" e desvio de olhares. Filmes de terror ainda não são o meu forte - o problema é que a curiosidade às vezes é mais forte...:P
E ontem vi "Mimi wo Sumaseba" (Se Você Ouvir com Atenção - tradução, acho que não saiu aqui no Brasil...). Muito, muito, muuuuuuuuuuito fofo!*.*
Studio Ghibli sempre se superando! Se eu já tinha gostado da Chihiro, da Kiki, do Totoro e do Howl, esse só fez com que eu me apaixonasse mais ainda pelos trabalhos do estúdio. E, sim, eu assisto a filmes infantis ainda...:D

Também assisti a "Chariots of the Gods" (Eram os Deuses Astronautas?) sem legendas (não que precise muito) e achei as teorias bem interessantes. Mas só realmente me interessei por esse filme depois que a minha mãe o citou enquanto assistíamos ao "Indiana Jones 4"...:D

Ufa! Até que filmes eu vi bastantes...:D

Livros que li a pouco ou estou lendo: "O Cortiço", do Aluísio Azevedo (livro ótimo, já terminei); "A dança do Universo", do Marcelo Gleiser (sobre os mitos de criação, Física e... bom, cosmos); e "Senhor Embaixador" (do meu amado Erico Verissimo).:)

Músicas? Ando fixada na trilha de "Les Chansons D'Amour", na dupla de japonesas fofas do RYTHEM, no novo single da Kaela Kimura, e nos "velhos" álbuns do Yoshii Kazuya (*o vídeo do link é um cover, na verdade; mas o usuário que o fez é talentoso, dá pra ter uma boa idéia da música). :)

--------------

Vou transformar meu antigo blog do projeto de História do colégio em um redutos das letras (de música) romanizadas por mim. Assim, mantenho ele vivo e dou uma amenizada no perigo de perder o meu trabalho.:)


Putz, depois de tanto tempo sem escrever vem isso tudo... :D
Jaa! o/