domingo, 28 de dezembro de 2008

Eu não gosto de poemas.

Na verdade, é mais complicado do que parece. Eu até gosto de poemas, mas não agüento ficar lendo um livro de poemas. Gosto de Castro Alves e de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) e um pouco de Manuel Bandeira, mas sentar e ler a coletânea da vida de algum deles é especialmente chato. Isso provavelmente porque (claro) eles nem sempre acertavam a mão...

Sei lá. Simplesmente não tenho paciência para poemas longos, com rimas preciosas e conteúdo etéreo, flutuante e platônico. Eu gosto de "Porquinho-da-Índia" e "Pneumotórax", do Manuel Bandeira; gosto do "Navio Negreiro" do Castro Alves; gosto daqueles "Começo a conhecer-me. Não existo.", "Grande são os desertos...", etc. do Álvaro de Campos; gosto das pérolas de sabedoria do Mário Quintana do "Caderno H"... E enumerando os poemas e poetas que já li e gostei, chego à conclusão de que gosto de poemas em prosa praticamente.

Poemas em prosa me parecem muito mais genuínos e naturais. Talvez eles não tenham sido tão trabalhados e pensados como os feitos por sapos-tanoeiros, mas os sentimentos são mais plausíveis.

Os únicos poemas legítimos que aturo são em forma de música. Esses, curiosamente, amo.:)

[A seguir, Álvaro de Campos. Como não gostar?]

"(...)
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!
Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido."
(Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa...)

E este, que merece publicação integral...

Poema em Linha Reta
"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo.

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,

Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo

Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu, que venho sido vil, literalmente vil,

Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
"

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É estou melancólica, por decorrência das "contabilidades" de final de ano, por decorrência do vestibular e de outras maravilhas.

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Feliz Natal!
E um ótimo Ano Novo pra todo mundo!:)

Feliz Ano Novo" meio Japonês, mais ocidental...

Jaa, nee!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Você sabe que tem algo errado quando...

... a página inicial do Terra lança uma enquete perguntando qual o crime que mais chocou em 2008.
Aliás a imprensa deita e rola quando tem um desses megadesastres ou crimes. É impressionante como, de repente, surgiram casos de "meninas Isabelas" por aí...

Não que os crimes não devam ser noticiados; o problema é todo o sensacionalismo que se usa para isso. As fotos, as entrevistas exclusivas com fulano ou sicrano que algum dia na vida já viu a vítima ou os acusados... Tudo é manchete. E com que finalidade? Alertar a sociedade sobre os malucos que existem por aí? Não sei se funciona ou se gera mais medo, porque parece que os jornalistas só trabalham com isso e com tudo o que o ser humano pode fazer de mal ao outro.

Sadismo. Criar caso em cima de situações onde alguém saiu ferido é uma forma de alimentá-lo. Aliás, nossa sociedade parece ser movida a sadismo. Ou alguém consegue uma explicação melhor para a existência de filmes como "Jogos Mortais" e "O Albergue", e programas de "sobreviventes"?


o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o

... futebol vira desculpa para sair quebrando tudo e matando pessoas.
Você quer perder um pouco de tempo e grana assistindo a uma partida negociada por homens carecas, barrigudos, que não jogam por conta própria e que não tem outra coisa a não ser dinheiro, vá lá...

Agora, sair depredando ônibus - fora o resto da cidade, que vira uma lixeira - e matando torcedores do outro time, tenha dó!
Nem pra sair da vida de merda que vivem tem tanta energia quanto pra defender uns jogadores (e principalmente uns cartolas) que ganham mais que eles...


o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o

... eu falo no que há de errado no mundo.
Significa que estou sem inspiração.
;D

Jaa! o/

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Drops de Tudo

Às vezes eu me pergunto... Por que eu nunca falava de música, de idiomas - de tudo isso que hoje domina a minha vida - com o meu pai?
A resposta é óbvia. Eu não tinha, naquele tempo, a maturidade que eu tenho hoje.

Quando ele ainda estava vivo, eu era uma criança. Minha pré-adolescência, naquele ritmo, ía ser quase uma segunda infância. Nunca lembrei de perguntar ao meu pai sobre meus avós, sobre meus ascendentes, sobre como era a vida no tempo dele, na juventude, no caminho até encontrar a minha mãe. É hoje que tenho essas curiosidades.

Por outro lado, fico pensando: "será que essa maturidade de agora não é justamente por causa da perda"? Do que dependesse dele, eu seria sempre a princesinha mimadinha. E uma pessoa criada só com isso não cresce muito...

Enfim, nada é por acaso.


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Acabou, acabou.
Pelo menos mais uma etapa da vida.

Quando eu penso na batalha que foi para entrar nesse colégio, na angústia de esperar o gabarito de Matemática, no alívio ao ver o primeiro lugar da prova de Português, na listagem final, nos exames médicos, nas compras de uniforme, na semana de adaptação, nas primeiras provas... Tenho bem claro na minha mente que tudo foi uma conquista.
E apesar das chateações mais comuns, nenhum segundo foi desperdiçado.
Quantos amigos, quantos encontros especiais...

Quanta motivação todas essas pessoas me deram para continuar vivendo e lutando...


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Voltei a escrever, depois de três anos uma fanfic inacabada. Putz, três anos!
(Fanfic, para os não-iniciados, é uma história escrita por um fã, baseada em um roteiro original.)

Esses três anos de colégio me mantiveram bem longe desse hobby.
Minha única reclamação.


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Minha última aventura pelo mundo da música incluiu uma banda de rock turca.
Sim, Mor ve Ötesi, cujo vocalista, Harun Tekin, tem um olhar... mmmm... E o som é inacreditavelmente bom e original - baixei toda a discografia.

Minha aventura anterior tinha chegado só até o pop grego-britânico-libanês-cipriota (?) do Sarbel (Σαρμπέλ), outro vocalista interessante, mas com, bem... música pop. Tá bom, vou confessar que a música é o de menos, eu gostei mesmo foi da carinha dele e da coreografia, até que bem criativa...

O nome disso tudo é Eurovision Song Contest (Festival Eurovisão da Canção, segundo os purtguezish), que é uma competição musical entre os países europeus (e outros não tão europeus, como Israel e Marrocos). Em geral você tem uma grande salada de ritmos e idiomas - embora haja uma irritante tendência internacional de se cantar em inglês e de acordo com o gênero pop.
Em resumo, eu já ouvi todas as músicas desde mil novecentos e cinqüenta e algo, embora tenha passado a gostar de algumas só a partir de 69. E agora, todo ano, baixo as novas músicas para descobrir algo diferente...

O Sarbel foi um concorrente de 2007, com a música "Yassou Maria" (Γειά σου Μαρία), que terminou em sétimo lugar. Já o Mor ve Ötesi disputou em 2008 com "Deli", coincidentemente terminando em sétimo também. Agora que eu fui catar informações para o blog é que vi isso... Mas os turcos mereciam mais, mesmo que a concorrência estivesse consideravelmente boa esse ano.

Em 2008 o primeiro lugar foi do russo Dima Bilan (Дима Билан) e eu não entendi quando ouvi a música. Mas é que a apresentação da boneca teve o Evgeni Plushenko, simplesmente o patinador mais foda, divertido e apaixonante da Europa (na minha humilde opinião, mas faz muito tempo que não assisto às competições), fazendo uma coreografia até meio tosca. Mas sendo Plushenko eu topo até agüentar esse cantor e a coreografia tosca...*.*

Como eu descobri o Eurovision? Ai, meu Deus. Como é que eu vou ter coragem de falar do Verka Serduchka, o concorrente da Ucrânia de 2007, com o seu dance traveco propositalmente ridículo...
Agora vocês até entendem como é que os europeus aceitam coisas como Bonde do Rolê e Cansei de Ser Sexy, né?

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Aliás, falando em pop grego-britânico-libanês-cipriota, sou só eu, ou esses imigrantes britânicos arrasam?

Obviamente andei tendo minhas crises de Mika, o britânico-libanês. Às vezes, eu preciso de um pouco de música feliz.:D
E a voz dele é tão parecida com a do Freddie... O Freddie que, a propósito, também não era inglês, mas de algum país da África, colônia inglesa. Com ascendência hindu. Malditos imigrantes mesmo!;D
Love is gonna get you down!


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Era uma vez ontem, quando abri meu G-mail e fui avisada de que agora era possível personalizar a caixa de e-mails com temas específicos.
"Tá, ok, deve ser tipo o Hotmail e tal, muda umas cores, umas figurinhas". Foi o que eu pensei.

Quando vi aquela raposa numa casa de chá, pensei de novo. "Hmmm... é esse, sem dúvidas. Uma raposa? E numa casa de chá? Tem coisa mais japonesa que isso? É esse"!

E então, na minha neurose inigualável de checar o e-mail de cinco em cinco minutos, constatei que as imagens da raposa na casa de chá estavam mudando de tempos em tempos! Aliás, minha mãe, que botou um tema de ninja, constatou a mesma coisa, aparvalhada (mas não tanto quanto eu) com tamanha tecnologia.

E foi assim que eu me apaixonei pelo tema da raposa na casa de chá...
Ela agora dorme o sono dos justos enquanto fantasmas vulpinos jogam go no jardim.

Fim.


Jaa!o/

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Cultura Inútil - O Mundo dos Doramas

Faz um tempinho que parei de assistir anime. A verdade é que perdi a paciência de ficar esperando os episódios saírem, as sagas de fillers (capítulos de encheção de saco) terminarem, etc. O último anime a que assisti e tive ânsia pelos episódios seguintes foi Ouran Koukou Host Bu (ou Ouran High School Host Club). Mas enfim...

Migrei de animes para doramas momentaneamente. Doramas são as novelas/séries japonesas. Tempo para o silêncio constrangedor. Obviamente, se você já teve tempo para assistir a algum dorama baseado em mangá, ou um dorama-comédia, percebeu que as atuações costumam ser exageradas em relação às novelas daqui ou dos EUA.
Meus critérios de escolha: atores conhecidos, histórias interessantes pelo resumo, número de episódios. Sim, número de episódios; os formatos que eu pego de dorama normalmente tem 12 capítulos. Uma maravilha para quem não tem tempo/paciência de esperar a próxima temporada.


O primeiro a gente nunca esquece...

Na verdade, o primeiro dorama que baixei sequer era japonês; o taiwanês "Hua Yang Shao Nian Shao Nu" era baseado no mangá de "Hanazakari no Kimitachi e" (por Hisaya Nakajo) e tinha as atuações mais exageradas (especialmente da Ella Chen, atriz-protagonista) que eu já tinha visto na minha vida. A história, sendo de um mangá shoujo (direcionado a garotas), tinha o que eu mais gosto em um mangá shoujo (se a protagonista é decente), aquilo que os gringos convencionaram chamar de "inverse harem".
What the fucking hell is that? No mundo dos mangás/animes, você tem os do tipo "harem" - protagonizados por um cara bobalhão cercado de garotas bonitinhas, gostosas, etc., que podem ou não virem a se apaixonar por ele. O melhor exemplo que encontro agora é o Love Hina. "Inverse harem" é meramente a versão feminina disso - uma garota meio desligada cercada de garotos bonitinhos.


A história de Hanazakari no Kimitachi e (ou HanaKimi)

Mizuki Ashiya é uma nipo-americana que faz todo o caminho para o Japão a fim de se matricular na escola do seu atleta-ídolo (de salto em altura), Izumi Sano. Um pequeno problema: a escola é só para garotos. Sabe-se lá como (isso é um mangá, as circunstâncias não importam), ela se matricula mesmo assim e passa a viver disfarçada entre eles. A sua meta, com isso, é descobrir por que Sano saiu do circuito de competições e fazê-lo, de alguma forma, voltar a saltar. Sim, é clichê. A grande originalidade da história é que Sano fica sabendo quase no início do mangá que Mizuki é uma menina. Outro ponto pelo qual vale a pena acompanhar a clichezada é a sucessão de crises do amigo de Sano, Shuichi Nakatsu, que se pergunta a todo momento se é gay porque gosta de Mizuki.
O título da série significa algo como "Para Vocês em Plena Florescência" (em inglês, "For You in Full Blossom"). A arte e a história são de Hisaya Nakajo.


Os doramas, o mangá, as diferenças


Na versão mangá, dorama taiwanês ou dorama japonês, o Nakatsu é meu personagem favorito. Ele é simplesmente o mais querido e o mais engraçado dos personagens dessa série. Na versão TW, quem o interpreta é Jiro Wang (ator que vocês não conhecem, mas fiquem sabendo o nome). Na versão JP, Ikuta Toma, que se tornou um dos meus atores japoneses favoritos depois de HanaKimi.
A Ella (Mizuki) da versão TW convence muito mais como garoto do que a Horikita Maki (Mizuki) da JP. Mas a Maki conseguiu uma atuação mais natural, sem tantas caras e bocas. E por fim, enquanto a atuação do Wu Zun (Sano da versão Taiwan) parecia mais fria e parecida com o Sano do mangá, a atuação do Oguri Shun lembrava um emo (melhorou com alguns episódios). O que, obviamente não me impediu de gostar também do ator japonês...^.^'

De um modo geral, o dorama japonês seguiu menos a história do mangá. Em alguns episódios, a impressão é de que eles queriam usar bem todos os atores que estavam em cena (entendam por isso os secundários e semi-figurantes...), o que deixou muitas histórias distantes do original.
Também as motivações da Mizuki variam do mangá aos doramas. No mangá, se bem me lembro, a moça tinha uma vida meio sem sentido que muda quando ela vê Sano saltar pela TV; o que a motiva a ir ao Japão é mais a idolatria por ele do que qualquer outra coisa. No dorama taiwanês, a Mizuki era gordinha. Hehehe (eu não devia rir, sou gordinha também xD). E ela vai para Taiwan (e não Japão) já bem definida no sentido de gostar dele. Por fim, no japonês, ela vai menos por idolatria e amor, e mais por culpa por ele não saltar mais. Esse, aliás, é um ponto modificado bem interessante da novela japonesa: a Mizuki tem alguma participação no drama pessoal do Sano, e o seu disfarce tem uma motivação mais sensata e compreensível do que no próprio mangá.

Então, apesar das atuações por vezes esdrúxulas, os efeitos especiais toscos e o humor absurdo, me diverti bastante com esses que foram os meus primeiros doramas vistos.:D

Para aqueles que têm uma internet semi-boa, aqui vai um vídeo (0:46) da versão japonesa, um dos trechos mais engraçados, com Ikuta Toma (Nakatsu) constatando que ainda fica excitado ao ver roupas íntimas femininas...
Ore wa HOMO janai
!!
Eu não sou homo!!
xD



Jaa!o/

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Você também é um quadrado

Aproveitando o gancho do comentário do Diego - como só há um comentário, tenho que aproveitar -, fiquei pensando sobre o moralismo.
E tive que concordar: sou moralista, quadrada, certinha - pelo menos no que diz respeito a drogas. E nem tanto, porque acho que as drogas são úteis para quem realmente precisa (ou seja, 1/500 das pessoas que as usam). Não vou pormenorizar, se não vai parecer que estou tentando achar desculpas para o meu moralismo...
Mas, afinal, quem não é um pouco moralista de vez em quando?

Existem quadrados de todo o tipo: aqueles cuja moral proíbe de comer "seres vivos" (vegetarianos, vegans, plantas e pedras, por exemplo, estas últimas as mais radicais); outros cuja moral impede de fazer outro tipo de sexo que não seja para reprodução (os cordeiros de Deus... ao menos na teoria); e também os que acham imoral aborto e eutanásia, mas não vêem problema em crianças nascerem em ambientes em que serão tratadas com descaso ou sem condições de vida, etc.

Vejam o ladrão que ligou para a polícia para denunciar pais que deixaram um filho desamparado dentro de um carro para irem a um bar. Por mais que ele estivesse fazendo algo errado, seu próprio senso de moral gritou numa situação como essa. Acreditem, no jornal que leio, vi uma coluna dizendo que AINDA ASSIM a polícia devia ter ido atrás do ladrão de carros. Com tanta coisa que podia ter acontecido: seqüestro, estupro, morte... Olha, não é todo o dia que alguém, digamos assim, toma coragem, apesar do tipo de ofício exercido, para denunciar algo errado...

E assim encerro essa postagem curtíssima.
:)

Ja nee!
o/

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sou masoquista

Que bela declaração pra se dar num blog chamado "Fuzzy Handcuffs"! Se já tinha algum tarado visitando, agora só melhorei minha situação...:B

Então a tia explica: sim, só posso ser masoquista. E quadrada. Uau, contraditoriedade é o que há!
Como concluí isso? Vejo por aí tanta gente se achando o máximo por tomar uns goles de álcool e dar showzinho - com direito a vômito, passos cambaleantes e chatice crônica -, tantos fumantes que sabem que estão aplicando dinheiro numa coisa inútil (porque pulmão não é o problema; com tantas campanhas sobre cigarro, todo mundo está bem ciente do fim quando começa a fumar), tantos que tomam remédios para dormir, para acordar, para sair do fundo do poço, pra agüentar o vazio existencial, etc.
Daí cheguei à conclusão de que sou masoquista.

Eu não quero me anestesiar. Eu não preciso de algum entorpecente, lícito ou não, pra ter "barato". Não sou covarde pra querer fugir da minha própria razão. E daí se eu não faço as melhores escolhas, se não consigo parar de pensar um segundo, se não sei aproveitar a minha juventude? As escolhas são minhas, e estou bem consciente quando as faço, disso posso me gabar.

Chorar, rir, apaixonar-se, quebrar a cara, sofrer... Faz parte, não é?
Por isso sou masoquista. A dor tem que ser integral. Conseqüentemente, a felicidade também.

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O trânsito. Ah, o trânsito.
Sabe as cenas do Discovery com os animais se matando no meio da selva? Não existe correspondente urbano melhor que o trânsito.

Este é um fato real.
Mais ou menos às 16 horas, saindo do cursinho (saí antes do fim), sentada no ônibus, que fecha um carro. O motorista do carro, aparentemente na TPM, levanta-se e vai discutir com o do ônibus, aparentemente incapaz de utilizar a sabedoria e calar-se. Xingamentos aqui e acolá, o do carro bate com as mãos na lataria do ônibus repetidamente. Mais xingamentos. O do carro volta para o seu veículo e persegue o ônibus. E... da uma porretada no vidro dianteiro do ônibus. Ou joga um pedregulho, sei lá (na hora cheguei a pensar que fosse tiro...:D). E então, corajosamente, foge com seu carro e seu complexo de inferioridade.

Obviamente, esse merda não sabe que ônibus é transporte coletivo e costuma carregar outras pessoas além do motorista e do cobrador.
Obviamente, esse merda não pensou nem por um segundo que tinha pessoas a caminho do trabalho ou da casa que tiveram que descer e catar outro ônibus.
Obviamente, esse merda não se deu conta que o que mantém os transportes públicos, por bem ou por mal, são os nossos impostos (inclusive os impostos do merda).
Obviamente, eu espero que esse merda morra, pois sou uma pessoa muito elevada.:D

E assim se dá as crônicas da zona urbana, sobre como certas pessoas não deviam ter carros, sobre como o trânsito é permeado de filhos-da-puta. E sobre como eu odeio carros de grande porte que carregam um único indivíduo, poluem mais, ocupam mais espaço e contribuem para os engarrafamentos.

Parece discurso de proletariado, mas enfim...:)
Não vote em vermelhos.;)
(Como esse post evoluiu de um assunto para outro, hein?)

Jaa!o/

sábado, 13 de setembro de 2008

A cidade sob a chuva

Sempre digo que Porto Alegre em dias de chuva vira a capital dos Joselitos... É aquele pessoal com a bunda num automóvel que vê um pedestre e pensa: "Hmm, vou sacanear"! Esfregam as mãos, dão uma risada maligna e passam com o carro próximo à calçada a toda velocidade.
Na verdade, eu deveria ficar feliz com toda a democracia da ocasião: posso escolher pisar nos buracos da parte interna da calçada ou esperar pelos motoristas apressadinhos na sua beirada.;)

Só melhor do que a chuva por si só, é uma ameaça de chuva (terrorismo divino?) e frio de rachar (9ºC, com vento) no desfile do 7 de setembro. E ter que acordar às 6h da manhã de um domingo para chegar no local e esperar 4 horas em pé usando um sapato social, uma saia e uma "jaqueta" que não esquentam porra nenhuma. Só melhor que isso é errar o passo da marcha várias vezes e pisar em um buraco no asfalto praticamente na frente do palanque. Como diz meu professor de História, sempre pode melhorar...\o/

Ah, pra você que assiste ao desfile e acha tudo lindo, saiba de uma coisa: pessoas sofrem por essa coisa INÚTIL! E você não é mais ou menos patriota por gostar disso...:P


Acabado o momento de odiozinhos...:)
Trivialidades!\o/
Tenho uma neurose impossível de classificar e reclassificar as pastas e arquivos do meu computador. Especialmente os arquivos de música, em função do LastFM. Ultimamente, não tenho baixado arquivos de mp3 sozinhos, só discografias inteiras...:B
É ótimo poder escolher entre as músicas desse ou daquele artista, descobrir obras que você não conhecia dos seus cantores/bandas preferidos. Isso inclui singles, compilações, remixes, obviamente... E cria mais um problema: onde achar todos esses arquivos perdidos - e se você for como eu, que escuto um monte de coisas obscuras e difíceis de encontrar, aí fodeu.:D

Bom, meu objetivo é usar um pouco o blog também para divulgar as coisas que escuto. Eu, pessoalmente, não sou entendida em música (não tenho talento na área), e não pretendo fazer críticas elaboradas sobre o assunto. Só quero dividir o que GOSTO. Sou eclética, dentro de limites, claro. É impossível gostar de tudo...
Além dos arquivos em si, gostaria de compartilhar as letras que translitero do Japonês (e mais adiante - quando estiver com um Japonês mais seguro - pretendo traduzir, yay!^^). E pra eu me dar ao trabalho de transliterar, olha, tem que não existir na Web já romanizado (com as letras do nosso alfabeto)...:D

Atualmente, saí a catar coisas da Bonnie Pink, cantora japonesa que tem uma quantidade considerável de músicas em inglês (e que tem uma certa habilidade nisso, considerando que o inglês dos japoneses é... hmmm... peculiar). Descobri que gosto mais dela do que imaginava! xD
Os CDs e singles do início da carreira são mais "indie" (se é que dá pra chamar assim...), enquanto os novos se encaixam mais no padrão J-Pop. Mas falar não ajuda nada, então vou postar as músicas (via 4Shared) que mais gosto de cada CD/single. Quem quiser, tenhos links para os álbuns completos.;)


Álbum -> Blue Jam
O álbum do início da carreira da Bonnie é curto, não vendeu muito, mas eu considero um dos melhores. Com muitas influências de blues, jazz e rock. Só escolhi duas músicas pra não sobrecarregar...^^'
CANDY Futatsu no Sanpo
Maze Of Love

Álbum -> Heaven's Kitchen
É o álbum que contém a música mais conhecida dos fãs brasileiros: It's gonna rain!, um dos encerramentos de Rurouni Kenshin (Samurai X).
It's gonna rain!
Pendulum

Álbum -> Evil and Flowers
Dito um dos álbuns mais "fossa" da cantora, foi composto quando ela estava fora do Japão (no interior da Suécia), no anonimato, sendo apadrinhada pelo Tore Johansson (produtor de, entre outros, The Cardigans).
Forget Me Not
Masquerade

Álbum -> Let go
Esse álbum, já um pouco menos melancólico, foi produzido pelo Mitchell Froom, produtor nova-iorquino da Suzanne Vega, entre outros, que se impressionou com a Bonnie. No Let go dá pra perceber influência da bossa-nova em algumas músicas.
Sleeping Child
Shadow

Álbum -> Just A Girl
Quinto álbum da cantora, não foi muito expressivo.
Thinking Of You (Album Mix)
Boku Ja Nakatta Nara

Álbum -> Present
Sexto álbum. Pessoalmente, não acho que tenha muitas músicas boas.
Present
Tonight, the Night

Álbum -> Even So
Outro álbum que contém algumas das minhas músicas mais queridas. :)
Private Laughter
Ocean
The Answer ~Hitotsu ni Naru Toki~

Álbum -> Golden Tears
O Golden Tears é um dos mais divertidos de se ouvir, pelo menos na minha opinião. Tem alguma inspiração latina, eletrônica... De modo geral, é um dos mais animados dela.
Paradiddle-free
Coast to Coast
Monster

Álbum -> Thinking Out Loud
Nesse álbum ela continua a sua jornada em busca do J-pop, hehehe. Também tem mais influências eletrônicas, com rock, e um pouco de melancolia.
Gimme A Beat
Broken hearts, city lights and me just thinking out loud
Sakamichi

Compilação -> Every Single Day -Complete BONNIE PINK (1995-2006)-
Essa compilação está aqui porque, como o nome já tenta sugerir, essa coleção de 2 CDs reúne algumas músicas que não apareceram nos álbuns originais, apenas em singles. "Inu to Tsuki" realmente não deu as caras em álbum nenhum, "LOVE IS BUBBLE" idem, e "A Perfect Sky" até aparece no álbum original posterior a essa coletânea (Thinking Out Loud), mas em outra versão.
Inu to Tsuki
LOVE IS BUBBLE
A Perfect Sky

Cover Álbum -> REMINISCENCE
Sim, Bonnie Pink tem um álbum de covers! Pra falar bem a verdade, a única música que eu realmente conhecia era "Don't Get Me Wrong" (original por The Pretenders), e mesmo assim era uma versão também cover, só que pela voz da Lily Allen. Apesar desse meu desconhecimento, gostei muito desse álbum; especialmente das versões de "Ordinary Angels" (original por Frente!, banda australiana dos anos 90) e "That's Just What You Are" (original por Aimee Mann, cantora americana).
Ordinary Angels
That's Just What You Are

Remixes -> re*PINK
Álbum de remixes das músicas da Bonnie, é curto, calmo, mas a minha música preferida dele é esta versão de "Orange", música que eu não gostava muito, do 1º álbum dela .
Orange (Tei $ Towa Remix)

Single -> Thinking Of You
Esse single aparece aqui porque é o único disco em que aparece essa música.:D
Bubble Gum

Single -> Tonight, the Night
Idem ao de cima. Esta música é, na verdade, mais um cover. "Touch Me / All Night Long" (original por Wish feat. Fonda Rae) é bem dançante, divertida e no melhor estilo disco, até porque foi lançada em 1984...
Touch Me / All Night Long

Single -> Kane wo Narashite
Até o presente momento (15 de setembro de 2008), este é o single mais recente da Bonnie. "Kane wo Narashite" é a música tema do jogo "Tales of Vesperia" pra Xbox. "Pump It Up!" é uma música daquelas que gruda na sua cabeça, com sintetizadores e batidas à la anos 80, que dá vontade de sair pulando junto...xD
Kane wo Narashite
Pump It Up!


Estou postando todo o material que tenho dela neste fórum .
Só que é necessário se cadastrar. Eu diria que vale a pena, porque não é só a Bonnie, mas váários artistas ASIÁTICOS (Chineses, Japoneses...) que tem lá! Outra fonte excelente é o asian+nation - totalmente recomendável.
Por fim, as letras romanizadas da Bonnie se encontram no Nostalgic Lavender, que também tem muitas traduções.
Lista de álbuns, singles, coletâneas, informações gerais: A Jumble of Blue Jam.
E também tem o site oficial...

Nossa, esse post deu uma trabalheira! Uploadar, procurar informações sobre as músicas e CDs, e ainda achar tempo para reclamar da vida.:O


Jaa!o/

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

E vale a pena?

Essa vida de vestibulanda e terceiro-anista (isso existe?) não é muito fácil, não...
Às vezes eu me pego pensando o quanto isso vale a pena. Será que eu vou ser alguma coisa que preste quando sair do colégio? Tudo o que eu sei fazer é estudar e me desesperar com as provas vindouras... Desaprendi a fazer coisas que saiam da minha rotina, do meu planejado.

Acho que no fundo eu nunca aprendi a sair da minha bolha. E isso, meus caros, é uma droga. Porque eu não consigo andar por aí sozinha se não for para a escola, pro curso ou pra qualquer tarefa pré-determinada. Se ninguém me puxar, eu não vou; vou ficando por aí, sentada, vendo a vida passar, as pessoas se divertirem, e eu perder toda a minha vontade de estar viva.

Nossa, que dramático! Tá, não é TODA a vontade de viver, só um pedacinho. É evidente que a minha vida não é tão ruim assim; se eu tivesse algo com o que me preocupar realmente, não estaria aqui reclamando e enumerando problemas inexistentes... Estaria tentando resolvê-los. O caso é que eu adoro reclamar mesmo. Fazer algo pra melhorar... dificilmente. Nem eu tenho pena de mim; ninguém manda ter preguiça de mudar.;D

Mas sobre as constantes avaliações no colégio (muitas quase-surpresas), sobre "O Primo Basílio" que tenho que terminar de ler até segunda, sobre os exercícios de Japonês que tive que abandonar temporariamente em detrimento do tal Simulinho (prova nos moldes da PUC, com questões mais nível UFRGS, valendo quase metade da nota do bimestre...), sobre tudo isso me reservo o direito de reclamar, de subir nessa mesa imaginária e sapatear e gritar como uma criança mimada...:D

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"O Primo Basílio", de Eça de Queirós. Nova leitura obrigatória da UFRGS 2009. O início é meio complicado de passar, mas depois o ritmo até fica mais interessante. No caso, eu até já sei o fim da história, mas ainda dá pra ficar curiosa com o desenrolar. Aliás, ouvi falar que tinha filme, série brasileiros, baseados no livro; fui pesquisar no YouTube, e o filme (com o Fábio Assunção e cia.) me pareceu uma ótima desculpa para se filmar bandalheira... Já a série (com Marília Pêra, Tony Ramos, Giulia Gam) pareceu bem mais decente, inclusive no pouco de atuação que eu vi. De qualquer maneira, eu tenho que ler o livro mesmo...

Aliás, falando em Literatura, até nisso (e olha que quero fazer Letras!) eu me sinto meio deslocada... Em geral, professoras de Português e Literatura adoram qualquer coisa escrita por, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade. Talvez porque meu entendimento seja ruim, ou eu não seja madura o suficiente pra gostar, mas eu não AMO qualquer coisa que ele tenha posto num papel. Também acho o Modernismo (1ª fase) bem duvidoso. Tá certo que abriu horizontes e coisa e tal, mas Oswald de Andrade não me desce goela abaixo nem por antropofagia... [Péssima piada...]
O caso é que até na hora de interpretar contos, romances e poemas, acabo enxergando a coisa diferente do que as professoras enxergam... Não tão diferente assim, mas sempre discordo. Tenho daltonismo literário, provavelmente.

Já esgotei minha cota de palavras!

Mas, por hora, fico com o Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena". Se eu não acreditasse nem um pouco em tudo isso, estaria perdida.:D
Jaa!o/

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Auto-Apresentação e Considerações Iniciais

Começar um blog é bem fácil. O problema sempre é mantê-lo... Eu já tive vários, desde os 13 anos. O início é belo, emocionante, mas depois perde a graça. Tive vontade de cair mais uma vez nesse ciclo e montei essa página...:D

"Mas quem é você, ilustre desconhecida? o.O"Bom, eu sou a Maria Luísa (mais uma Malu da vida...), atualmente 17 anos, rumo aos 18, estudante do 3º ano do Ensino Médio, perdendo as estribeiras para o vestibular. Tenho inúmeros apelidos, na Internet, a maioria relacionada a raposas - Kawaii Kitsune, Kawaii YnK, YnK, Raposa... O óbvio da história toda é que eu adoro raposas. Não vou pormenorizar. Outra coisa em que sou viciada é cultura japonesa: animes, mangás, filmes, tradições, bandas, músicas... Então se você se deparar com "quadradinhos" ou "arvorezinhas" no meio do seu texto, já sabe...

"Eu estava procurando sacanagem e encontrei esta merda!"A probabilidade de isso ter acontecido é altíssima. Para quem não tem lá um inglês dos melhores, "Fuzzy Handcuffs" significa "algemas felpudas". Por que eu coloquei esse nome? Bem, pensei que as algemas poderiam representar a nossa falta de liberdade na vida e no mundo, mas, sabendo que coisas felpudas costumam ser macias e confortáveis, eu estaria criando um complexo paradoxo para explicar o fenômeno de se viver nesta bosta de mundo de maneira feliz e agradável. Mentira. :P
Eu só pensei em algum título, e aí me veio isso na cabeça. Mas eu também olhei no dicionário de inglês e simpatizei com a palavra "fuzzy" - aliás, gosto dessas palavras parecidas como a já citada, "funny", "furry", "fluffy", "flurry", etc. -, que, aliás, tem algo a ver com raposas. Já os raios das algemas, só Freud explica. Ou não! ;D
Curiosamente, perguntei ao Mr. Google sobre a palavra e encontrei isto: http://www.pucsp.br/~logica/Fuzzy.htm . Se entendi algo disso, também se relaciona comigo, uma vez que sou extremamente subjetiva, indecisa e imprecisa...

"Décadence avec élégance."Sou neurótica e rabugenta, mas tento manter o bom humor. A idéia é essa.
E acabou a inspiração e esse post.


Jaa. o/