Em meados de mil novecentos e noventa e tô ficando velha, a minha geração assistia ao florescimento da indústria de animes e tokusatsus no Brasil: Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon, Guerreiras Mágicas de Rayearth, Dragon Ball, entre outros. Esse foi o início (confesso que pouco expressivo, no entanto) da minha paixão pela cultura japonesa.
Na época, não tínhamos Internet (nem computador!) em casa, então normalmente o que sabíamos sobre as séries provinha de revistas de qualidade duvidosa com informações nem sempre atualizadas sobre o assunto.
Anos mais tarde, no início do novo milênio, veio o computador (primeiro sem Internet, depois com a discada, eu lembro!), mas aí as séries já eram outras: a mais adorada por mim era Card Captor Sakura. Foi com essa da Clamp - depois de muitos pop-ups, caídas de linha, longas esperas por fins-de-semana e feriados, links quebrados - que conheci o verdadeiro poder disseminador da Internet. Eu, com meus 10, 11 anos, fiquei estupefata ao escutar pela primeira vez uma música em Japonês ("Catch You Catch Me", o tema de abertura) e notar, ao acompanhar a letra (em roomaji, óbvio), que a língua tinha um "quê" de familiaridade e simplicidade. A globalização me atingiu em cheio e, nesse caso, me apaixonou.
A partir daí, toda trilha de anime que me encantava de alguma forma, eu procurava nos meus meios rudimentares e baixava. Obviamente, até novas ferramentas de disseminação surgirem (os peer-to-peer, torrents, sites de hospedagem de arquivos, Orkuts da vida) minhas séries evoluíram de novo.
Quando eu já tinha um domínio minimamente decente dos meios de downloads, descobri, em uma madrugada do Cartoon Network, Samurai X (Rurouni Kenshin). Claro, me apaixonei pela história e por quase todos os personagens masculinos gostáveis do "elenco", mas tenho que confessar que foi quando o primeiro episódio chegou ao fim que tive o meu momento de nirvana.
O primeiro encerramento do anime é a minha razão maior de ter procurado outras bandas nipônicas no mundo da web. O nome da música é "Tactics", tocada por uma das bandas que perdura no meu repertório: The Yellow Monkey. Esse grupo, na realidade, não existe mais. O que restou dele foi a carreira solo do vocalista, Yoshii 'Lovinson' ou Yoshii Kazuya (que também aprecio). A música da qual tanto gostei me apresentou a um nicho que eu ingenuamente julgava inexistente: o "Japanese rock". Ele não só existe como é variado, cheio de influências e, ao mesmo tempo, original.
E foi por culpa desse mesmo anime que acabei gostando de outros artistas como JUDY & MARY (eu também achava que era uma dupla, mas é uma banda de rock psicodélico com uma vocalista de voz estridente), Kawamoto Makoto (outra cantora de voz aguda e estilo psicodélico, embora mais pra folk) e Bonnie Pink (uma das artistas de que mais gosto, pela variedade de estilos).
Na época de Samurai X eu também assistia a outros animes do mesmo canal, como Gundam Wing (que me fez gostar, por uma longa fase, de TWO-MIX), Inuyasha (que me apresentou ao excelente Do As Infinity) e Yuu Yuu Hakusho (com as músicas do Takahashi Hiro e da Mawatari Matsuko). Depois disso, a Internet discada disse adeus e, com essa maravilha que é hoje, conheci outros animes, agora sempre na língua original (Full Metal Alchemist, Naruto, Bleach, Nana, Ouran, Fruits Basket, Evangelion, entre outros mil).
Então hoje, sempre que observo os idiotakus ridicularizarem alguém por gostar de "músicas de desenhos", lembro da minha fase de Asian Kung-Fu Generation (que não deixa de ser uma banda boa, embora eu tenha enjoado de tanto ouvi-los) e sorrio, pois foi assim que me tornei fã de J-music e conheci até algumas bandas que nem os próprios japoneses conhecem.:D

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Aliás, faz um tempinho que não assisto a nenhum anime, dorama ou o que seja. Fora Cosmos (que série maravilhosa!), do Carl Sagan, e Desperate Housewives, que também estou dando um tempo, estou me concentrando nos filmes e livros. E música, claro.
Andei atualizando minha lista de filmes com "Les Chansons D'Amour", que confesso que só baixei por culpa do Louis Garrel. O filme em si, achei fraco; embora a música seja ótima.:D
Também vi, finalmente, Nana e Nana 2. A Mika Nakashima está quase perfeita como a Oosaki Nana (na minha humilde opinião, só faltou um pouco mais de humor). E como é magra essa mulher (tá certo que eu sou gordinha pra fazer uma comparação, mas a magreza da Mika continua espantosa)!
Claro que não dá pra ser fiel ao mangá e à série animada, mas achei que algumas coisas poderiam ser melhores: nenhum dos "Rens" me convenceu muito (não por falta de semelhança, simplesmente pelas atitudes); o Shin do Kanata Hongo foi mais convincente que o do Kenichi Matsuyama, mas ambos estavam quietos demais; de longe, o que mais me incomodou foi a Yuna Ito. Nada contra a cantora, o problema é que a Reira original não fica falando em inglês o tempo inteiro e... o TRAPNEST é pra ser uma banda de rock! As músicas da Mika (embora não sejam mais rock do que aquelas que ela fez como MICA 3 CHU) ainda convencem, mas as da Yuna são pop e pop descaradamente pop!xD
Das "Hachis" não tenho reclamações. As duas atrizes trabalharam bem.
Ah, só para registrar: o Takumi (Tamayama Tetsuji) é perfeito. E tenho dito.
Também vi nessas férias "Gone with the Wind" (E o Vento Levou), "The Sound of Music" (A Noviça Rebelde), "Nuovo Cinema Paradiso" (Cinema Paradiso) e "Charade" (Charada), para atualizar minha lista de filmes clássicos já vistos...:D
Adorei o da Julie Andrews; não gostei muito do primeiro citado; e, em comparação com o "Charade", prefiro o remake (nunca diga isso em uma sala de cinéfilos!) com a Thandie Newton, o Mark Wahlberg e o Tim Robbins, "The Truth About Charlie" (O Segredo de Charlie). Embora as atuações do Cary Grant e da Audrey sejam impagáveis!:D
E "Nuovo Cinema Paradiso" vale cada segundo!:)
Revi pela TV "Hook" (Hook - A Volta do Capitão Gancho) e amei de novo - contrariando a crítica - ; pelo computador, "Pocahontas" (da Disney), uma das minhas animações preferidas, e "Dogma", que continua engraçadíssimo pra mim.:D
Domingo passado vi "Silent Hill" (Terror em Silent Hill), mas confesso que entre repentinas "zapeadas" e desvio de olhares. Filmes de terror ainda não são o meu forte - o problema é que a curiosidade às vezes é mais forte...:P
E ontem vi "Mimi wo Sumaseba" (Se Você Ouvir com Atenção - tradução, acho que não saiu aqui no Brasil...). Muito, muito, muuuuuuuuuuito fofo!*.*
Studio Ghibli sempre se superando! Se eu já tinha gostado da Chihiro, da Kiki, do Totoro e do Howl, esse só fez com que eu me apaixonasse mais ainda pelos trabalhos do estúdio. E, sim, eu assisto a filmes infantis ainda...:D
Também assisti a "Chariots of the Gods" (Eram os Deuses Astronautas?) sem legendas (não que precise muito) e achei as teorias bem interessantes. Mas só realmente me interessei por esse filme depois que a minha mãe o citou enquanto assistíamos ao "Indiana Jones 4"...:D
Ufa! Até que filmes eu vi bastantes...:D
Livros que li a pouco ou estou lendo: "O Cortiço", do Aluísio Azevedo (livro ótimo, já terminei); "A dança do Universo", do Marcelo Gleiser (sobre os mitos de criação, Física e... bom, cosmos); e "Senhor Embaixador" (do meu amado Erico Verissimo).:)
Músicas? Ando fixada na trilha de "Les Chansons D'Amour", na dupla de japonesas fofas do RYTHEM, no novo single da Kaela Kimura, e nos "velhos" álbuns do Yoshii Kazuya (*o vídeo do link é um cover, na verdade; mas o usuário que o fez é talentoso, dá pra ter uma boa idéia da música). :)
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Vou transformar meu antigo blog do projeto de História do colégio em um redutos das letras (de música) romanizadas por mim. Assim, mantenho ele vivo e dou uma amenizada no perigo de perder o meu trabalho.:)

Putz, depois de tanto tempo sem escrever vem isso tudo... :D
Jaa! o/
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