quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A zona de prostituição e a zona de amizade: Respostas

A zona toda começou aqui, ou na postagem anterior. Fui responder um dos comentários e o trambolho ficou tão gigante que tive que criar esta nova postagem.


@Viktorius: "Muito bom ler uma opinião feminina a respeito do tema =) Eu já meditei muito a respeito do tema (atire a primeira pedra aquele que nunca foi "friendzoneado") e um site (que uma amiga me mostrou) acabou me mostrando uma visão bem interessante. Googleia por "Ladder Theory". A coisa toda faz certo sentido. Dá uma lida e depois comenta comigo (ou com o teu público, via blog). Como tu te expressa bem, fico curioso com a tua opinião. =)"

Fui no site, li toda a teoria, entrei em depressão e senti uma ânsia em me auto-mutilar, mas é uma teoria interessante e com alguma base. 
Então a postulação é de que os homens têm um critério! (Baseado em exclusão de mulheres não-atrativas e no ranqueamento das mulheres que "eu conheço e que não são minha mãe e minha irmã" - Freud e Kafka à parte.) 

Bom, não dá pra negar toda a diferença biológica, o fato de que o humor das mulheres para sexo varia de forma cíclica, enquanto o dos homens é uma coisa, hmm, infinita e permanente, segundo nos dizem. Mas eu acho que hoje, com todas as variações hormonais ocasionadas por pílulas e por frangos adulterados (xD), a questão talvez não seja nem essa; eu pessoalmente acho que tem mais a ver com como cada sexo manifesta e gerencia o desejo sexual. 

Nos homens é meio evidente quando eles estão interessados fisicamente; talvez uma coisa que eles ignorem é que a parte fisiológica do desejo nas mulheres também se manifesta de forma incontrolável. Mas não de forma evidente. E eu acho que essa questão de manifestação meio que influi na questão do gerenciamento. Para os homens é uma resposta TÃO clara a um estímulo, que eles interpretam como algo que só pode ser significativo - e que TEM que ser "resolvido" com urgência. E pra uma urgência, qualquer coisa serve.
Para nós, a resposta é muito mais sutil, então não podemos basear nosso julgamento com base nesse fator - o que nos dá mais espaço para avaliar o resto.

Achei bem infeliz ele colocar "dinheiro" e "poder" como sinônimos (e em 50%) na parte dos critérios femininos. Tudo bem que os dois tem uma correlação forte, mas definitivamente o que as mulheres notam mais é poder (e poder, em "autoajudês" é algo mais como autoconfiança). 

Óbvio, um homem rico não vai ter que se curvar para quase ninguém, em comparação com um cara que trabalha em um emprego qualquer com chefes, colegas, investidores, traficantes pais de aluno. É uma opção atraente porque alguém que não se curva a ninguém também não tem metade dos problemas de confiança que um homem comum tem. Um milionário não vai ter com muita freqüência aqueles dilemas do tipo "mando meu chefe tomar no meio do cu por ser um babaca e vou pra rua? ou fico quieto e mantenho o emprego - e fico me achando um covarde pelo resto da vida?". 

O dinheiro pelo dinheiro talvez seja considerável porque a educação de muitas meninas ainda gira em torno dessa coisa de que o casamento gera uma estabilidade financeira - o que é uma merda, porque os pais minam a confiança da menina em si própria de tal modo que ela acredita que VAI TER que ser sustentada por alguém eternamente (e, pior, que ALGUÉM vai ter que sustentá-la pelo resto da vida).

Acho que o critério que os homens mais enxergam com estranheza é aquele da competição, já que o critério básico masculino aparentemente é o inverso. Quanto menos um homem aparenta nos querer, mais nós o queremos, ou algo assim. Ponham-se nos nossos lugares: nossa gama de escolha é infinita, supondo que homens só pensem em sexo e que, de alguma forma, nós estamos na escada deles em algum ponto. Quando um homem demonstra interesse óbvio e irrestrito, nós pensamos "aff, mais um daqueles milhões de zés que só vem conversar com nossos peitos!" (dramatização). Quando um homem não demonstra interesse, nós pensamos: "olha só, alguém que dá pra conversar de forma racional e confortável" - algumas vezes com o adendo "será que tem algo errado com meus peitos? será que é gay? será que eu engordei?". Digamos que é um critério de desempate; o homem que ignora nossos atributos físicos na maior parte do tempo é um homem que, na nossa cabeça, consegue gerenciar instintos com maestria, de maneira que a maioria não consegue. Gerenciar instintos é meio que uma habilidade em falta (sério, os homens dão muita bandeira quando querem algo e eu não 'tô nem falando da cintura pra baixo). Deve ser questão de treino, reclusão, meditação e tal. É importante esse gerenciamento porque é a nossa garantia de que o homem não vai nos perseguir 24h por dia dizendo que nos ama com a intenção óbvia de que nós ofereçamos sexo em agradecimento à devoção. Se ele não tiver tanto interesse assim, pelo menos ele vai canalizar as energias para outras atividades e deixar que as coisas aconteçam de forma mais natural. E, diferente do que o autor da teoria prega, "desinteresse" não é o mesmo que "prática de violência doméstica" ou "abuso verbal". Desinteresse é desinteresse. Mulheres que procuram desculpa para violência são, no mínimo, doentes. E eis um fato: sim, mulheres também fazem julgamentos errados sobre homens.

Eu ainda gostaria de acreditar que nem tudo é assim tão genérico e lugar-comum como os ditados e a sabedoria popular ("Como é que uma multidão de ignorantes consegue fazer essa coisa chamada sabedoria popular?", como diz o Millôr). Em todo caso, mesmo que seja verdade que nenhum dos seus amigos consiga viver sem relacioná-la com sexo em algum momento, eles não podem relacioná-la o tempo inteiro - fora as namoradas deles (mulheres sexualmente superiores) e a própria escolha das mulheres (em não dar trela para todo homem interessado).
Então, fica aí o site para vocês, curiosos, entrarem em depressão também: 

@Pam Lima: "Adicionarei esse texto a lista de "porque casar com a Malu" ^^ Concordo com pelo menos 90% dele e teria que reler pra lembrar quais são os 10% - mas em fim, especialmente essa história de FRIENDZONE, que além de ser uma piada que teve graça só nas primeiras 30 tirinhas com o Snape, também é muito autocomiseração. A gente já entendeu que cês só levam pé na bunda, agora parem de chorar."

Já vou avisando que só caso se o cônjuge me garantir estabilidade financeira. E um aposento só para os meus livros.:D
Aposto que os 10% de discordância envolvem aquele trecho em que eu afirmo que o Arnold pode engravidar. Mas nisso ninguém pode me convencer do contrário! Aquela barriga é de um homem que pariu uma criança.:O
Bom, é muito triste ser jogado na friend zone, mas é igualmente triste ter que dispensar um cara que se declarou (só porque você sabe que ele não vai fazê-la feliz e você não vai fazê-lo feliz), é triste a sua lista de amores platônicos que nunca aconteceram(ão), é triste ser usada de estepe por caras idiotas, e é triste uma porção de coisas no amor. Se não, não teria tanta literatura em cima de amor trágico. Acho que o mais triste de tudo é a sua família dar o contra, você simular a morte, o seu amado se matar de verdade, e você se matar de verdade. Isso sim é hardcore de triste.

@Lux: "Ah, os posts da Maru. Adoro. =D Que chato. Concordo tanto que não tem nem o que dizer além disso. =P"

Não, senpai, não concorde tanto! Complemente-nos com a sua sabedoria de senpai sempre que possível.:)
Honradíssima pelo comentário!;)
(E será que eu devo deixar perguntas para aumentar a interatividade?)

@kissi-chan: "Putz, adorei esse post Malu!!!! Muito bom mesmo. Assino embaixo hehehehe"

Yay!\o/
E reitero o que disse para a senpai: complemente-nos!;)
(Sério, vou fazer perguntas, que nem aqueles professores que pegam a chamada e chamam por nome para responder!xD)

@Ramon A. Alves: "Bom dizer que adorei o post seria um tanto estranho (quando na verdade a palavra "friendzone" cutuca minha ferida juro não sei porquê... Fiuu, fiiiuuuuu...) mas o post é muito legal, geralmente isso se da para com pessoas inteligentes... Parabéns!!!"

Oi, Ramon! Seja bem-vindo - e obrigada!:D
É, em algum ponto da vida, todos acabamos na friend zone de alguém... O negócio é seguir em frente.:)


E vocês? Já foram friendzoneados? Já friendzonearam? Acham que a friend zone é o lugar onde o Werther planta seus repolhos até hoje? Acham o Daniel Henney gatão? Acham que se eu fizer perguntas vou ser embalada a vácuo dentro do meu próprio blog?:D



Bom, durante a redação da postagem passada, acabei lendo três textos que me deram uma visão geral do que a auto-ajuda atual diz sobre a friend zone, especialmente para os homens. Não posso concordar com tudo, mas o termo "Justfriendistan", do primeiro texto, vale o esforço do autor. Se tiverem interesse...

http://www.askmen.com/dating/curtsmith_150/162b_dating_advice.html
http://articles.chicagotribune.com/2007-01-12/news/0701120408_1_new-friends-attraction-friendship

4 comentários:

Viktorius disse...

Bueno, vamos aos pormenores... Evidente? A menos que tu esteja se referindo à uma ereção, não é tão evidente assim. Coitados de nós, homens, se assim fosse! Uma situação embaraçosa a cada voluptuosidade cruzando a rua. A "evidência" e o controle está em ambos os sexos (sim, as vzs vcs tmb são bem evidentes). E como assim TEM que ser resolvido e QUALQUER coisa serve? Não somos animais! Bem, não todos nós... A grana e o poder são culturais, e afetam ambos os lados. Mas isso é mais batido que prego em construção e não vou discorrer sobre isso (até pq tô comentando, não postando). Mas que esse lance da "competição" é bizonho, ah, isso é. Se nós (caras) nos interessamos por uma guria, devemos não mostrar interesse. Oquei... como ela fica sabendo que temos interesse? Ou tudo se resume à escolha feminina? E não, vcs não tem gama infinita. Tem tanto infinito pra vcs tanto quanto pra nós. Isso é pq vcs partem do pressuposto de que o sexo é uma arma mortal e infalível (e quase sempre o é), e, uma vez utilizada, o sucesso é certo. E outra, como vcs fazem pra descobrir que o desinteressado está interessado? What sorcery is that? xD Talvez o cara desinteressado esteja... ahn, bem, desinteressado. Nada de errado com vcs (e até pq, com base no argumento da arma exposto acima, se o sujeito rejeita a oferta de sexo, ele é logicamente gay ou coisas piores). Talvez a inabilidade das pessoas em diferenciar amor de sexo tenha gerado essa confusão.
Infelizmente (ou felizmente) nada é tão simples. Gosto de como a teoria traz à tona muitas coisas que as pessoas pensam, e concordo em alguns pontos (assim como discordo de outros, maybe I'm just weird. ^^).
Friendzone? Atire a primeira pedra quem nunca passou por lá! xD
Não sei quem é esse sujeito (e não, não vou procurar). xP
Se tu perguntares, corres o risco de obter respostas. =3

Maru disse...

@Viktorius Hmmm... interessante! É, acho que nenhuma teoria vai conseguir abarcar todas as variáveis. Ainda mais quando o assunto é complexo e depende de coisas tão subjetivas como cultura, sentimentos, etc. Mas valeu pela discussão! É sempre bom parar e pensar um pouco nisso de vez em quando.:D

Anônimo disse...

E repercurssões... Nunca fiz uma postagem que instaurasse o caos!!! \o/

Maru disse...

@Ramon Ah, mas com um assunto desses é fácil!xD